Diagnóstico de Sarna Demodécica

Sarna Demodécica

Sarna demódecica, o seu bulldog tem!!

Desde o surgimento do Google, todo mundo é meio-entendido em tudo: meio-chef de cozinha, meio-advogado, meio-jornalista, meio-fisioterapeuta, meio-médico, meio-dentista, meio-arquiteto, meio-paisagista e, por que não, meio-veterinário?

Sarna demodécica e o Veterinario

A grande maioria dos veterinários, são clínicos gerais, que através de exames periódicos, “orientam e acompanham” as suas necessidades, garantindo assim uma ótima qualidade de vida ao seu bulldog.

Embora a medicina humana ainda seja muito mais avançada, nos dias de hoje, já é possível encontrar, mesmo que com um enorme atraso, profissionais qualificados em determinadas áreas.

Área da dermatologia veterinária

Vamos focar aqui nesse post a dermatologia, já que, estima-se que os casos de dermatologia em bulldog inglês em medicina veterinária, representam 75% de todos os atendimentos, quer como queixa principal ou como queixa secundária.

Com base nestes conceitos, existem cursos de Pós-graduação em Dermatologia Veterinária que tem como objetivo o aperfeiçoamento de profissionais veterinários, que buscam informação atualizada nesta área.

Na pratica a realidade e outra

Como em todas as áreas existem uma invasão de profissionais veterinários, que não são capacitados querendo executar o trabalho e ainda os profissionais veterinários, que são “teoricamente” capacitados, mas não dão conta do recado.

Seu veterinário é especializado ou um especialista

Quando o médico veterinário termina a graduação, ele pode fazer uma pós-graduação stricto sensu ou lato sensu na área de dermatologica.

A pós-graduação stricto sensu se refere aos cursos acadêmicos de mestrado e doutorado e a lato sensu são os cursos de Especialização.

Entretanto, há uma confusão nos termos especialista e especialização.

Os cursos de especialização lato sensu geram um certificado de conclusão de curso de especialização e não o título de especialista.

Especialistas tem titulo

Saibam, que especialista é o médico veterinário inscrito no Conselho Regional do seu Estado de atuação, associado ao Colégio de sua especialidade de atuação, que foi submetido a uma avaliação e aprovado, recebendo um certificado homologado pelo CFMV de especialista nessa área.

Apenas quem tem o título emitido pode considerar-se um especialista.

Todavia, muitos veterinários usam o termo indevidamente.

Profissionais que trabalham há muito tempo na área ou que possuem cursos de pós-graduação, acabam considerando-se especialistas.

Entretanto, mesmo demonstrando competência e habilidade, na verdade o que eles possuem é especialização na área.

Mas por que ser um especialista?

O título de especialista confere à pessoa uma credencial de competência e mostra para a sociedade que aquele profissional foi avaliado pelo Conselho, possuindo habilidades comprovadas naquela área específica, esse título é a forma oficial de reconhecer o veterinário com formação adequada e apto a exercer sua função naquela área com responsabilidade, ética e competência.

A pele do Bulldog inglês

A pele é o maior órgão de um organismo. É a barreira anatômica e fisiológica entre o organismo e o meio ambiente, promovendo a proteção contra injúrias físicas, químicas e microbiológicas. Justamente por ser um órgão tão exposto, o tegumento sofre várias agressões, refletindo na casuística das clínicas e hospitais veterinários – grande parte do atendimento destinado a casos de dermatologia.

O diagnóstico de sarna demodécica

O proprietário de jovens bulldogs que perceberam algumas pequenas falhas redondas na pelagem do seu cão.

E ao levá-lo no veterinário que se denomina “especialista”, recebe a sentença: “seu bulldog inglês está com SARNA DEMODÉCICA”.

Automaticamente, o proprietário, se coloca na posição de vítima, e o criador, passa a ser irresponsável e mau-caráter.

Colocando o pingo no “I”, para você proprietario

Saiba, que esse é um fato infelizmente corriqueiro, pois muitos de vocês, compram o filhote de bulldog inglês, por impulso, sem pesar a responsabilidade e o trabalho demandado, acreditando que o filhote é auto-suficiente, que não dará qualquer tipo de trabalho, que será só alegrias.

O exemplo clássico é o filhote que sai do canil onde tinha uma qualidade de vida ideal, onde se alimentava corretamente, dormia, tomava sol, fazia atividade física, teinha a companhia dos irmãos de ninhada e total atenção do criador e foi para sua nova casa.

Agora ele passa o dia só, trancado no apartamento, sem nada para fazer, a não ser esperar pela chegada de seus donos ao final do dia…

O Bulldog é uma raça de companhia, que gosta e precisa do contato humano para viver feliz e sem stress.

O despreparo, a falta de tempo e espaço adequado são as principais dificuldades enfrentadas por quem está pensando em ter um bulldog como companhia.

Ter um bulldog nestas condições será sempre sinônimo de problemas, que podem se manifestar tanto na via comportamental quanto por meio de inúmeras enfermidades, como é o caso da sarna demodécica juvenil localizada!

Outras causas para a sarna demodécica

Entre outras causas de imunossupressão que podem acarretar um quadro de demodécica estão: desnutrição, traumatismos, ansiedade de separação, fadiga crônica, parasitismo, crescimento rápido, vacinações, temperaturas ambientais adversas e doenças debilitantes.

Também os banhos frequentes a que muitos bulldogs são submetidos… onde, vão à pet shop uma vez por semana para banho, o que é um verdadeiro absurdo e um atentado à saúde da pele de qualquer bulldog! Saibam, que bulldog, não é uma raça rústica. Ao contrário, o Bulldog é exigente do ponto de vista nutricional e de cuidados!

Em 10% dos casos a sarna demodécica juvenil localizada poderá evoluir para a forma generalizada, cujo enfoque, por óbvio, será outro e totalmente diverso.

Prudencia e bom senso

Nessa hora são necessários prudência e bom senso, rever o manejo do bulldog, questionar-se sobre a qualidade de vida ofertada e aguardar pela resposta imunológica antes de qualquer decisão precipitada, pois aquilo que parece muitas vezes não é!

Importante registrar que o demodex canis é um habitante natural da pele de todos os cães do planeta que apresentem sinais clínicos da doença ou não! Então, num exame de raspado cutâneo, em qualquer cão (seja um cão de rua, seja um cão de madame ou cão de raça, não importando a raça), lá estará presente o ácaro, fazendo parte da microbiota, da fauna cutânea, ao lado de outros microorganismos!

Morador da pele, o demodex é extremamente oportunista, aproveitando-se de inúmeras situações para reproduzir-se, consumir o pêlo e com isso causar falhas.

Informações equivocadas

Infelizmente, por desconhecimento de alguns veterinários ou até mesmo por informações totalmente equivocadas, a sarna demodécica, em muitos casos, é tratada de forma generalizada, sem que haja a necessária diferenciação entre a forma juvenil e a adulta, cujos tratamentos e conseqüências para a vida do cão são totalmente diversos.

 

Navegando pela internet, encontramos um dos melhores artigos sobre o tema demodex canis, de autoria da Médica e Criadora de Bulldog Francês, Dra. Camilli Chamone (http://www.villechamonix.com/).

 

Além de utilizar uma linguagem de fácil compreensão, o artigo é de notável valor, pois desmistifica inúmeras incompreensões sobre o tema:

 

Sarna Demodécica – Desmistificando um Mito

Sarna demodécica.

Todos morrem de medo dela! Inclusive os criadores de cães.

Desde o advento do Google, todo mundo é meio-entendido em tudo: meio-chef de cozinha, meio-advogado, meio-jornalista, meio-fisioterapeuta, meio-médico, meio-dentista, meio-arquiteto, meio-paisagista e, por que não, meio-excelente veterinário? 🙂

Ainda há que se considerar que essa doença também é polêmica no meio profissional, por conta da desinformação.

 

Como a ciência e a tecnologia são “voláteis”, um veterinário precisa estar atualizado; utilizar os conhecimentos adquiridos láááá na época da faculdade não é o suficiente para lidar com as bases celulares da patologia.

 

Por isso, talvez, tantas informações atravessadas sobre o tema, em todos os meios.

 

Enquanto os filhotes vivem no ambiente uterino da cadela, diz-se que eles são “germ free”.

 

A mesma coisa acontece com os humanos. Enquanto a mulher gesta, seu filho está protegido da maioria dos microorganismos que entra em contato com a mãe.

 

Somente após o nascimento, é que a microbiota (o termo “flora” está em desuso) da pele e das mucosas vai sendo povoada por bactérias, fungos, ácaros e outros microorganismos. E este é um processo contínuo, que ocorre por toda a vida do indivíduo.

 

No caso dos humanos, a boca possui – no mínimo – 500 espécies de bactérias distintas, além de fungos. Por mais incrível que pareça, para cada célula humana em nosso corpo, há 10 células de microrganismos aderidas ao nosso corpo (interna e externamente), que somam algo em torno de 1 kg de peso.

 

Não há problema algum em conviver com todos estes micro-organismos, pelo menos para mim, que não sou imunodeprimida.

 

Com os cães, o mesmo processo ocorre.

 

Tão logo saem do ambiente uterino, entram em contato com micro-organismos e dá-se início à colonização de pele e mucosas destes filhotes.

 

Bem, a história da sarna demodécica começa aí.

 

O que todas as pessoas precisam entender é que 100% dos cães possuem um ácaro, em pequenas quantidades na pele, chamado demodex canis.

 

Podem ser os sharpeis da Xuxa, pode ser o Barney – scottish terrier – do, ainda, presidente Bush, pode ser o Leo que chegou do Canadá, podem ser os vira-latas de meu pai. TODOS, absolutamente todos os cães da face da terra possuem um ácaro na pele/pêlo, chamado demodex canis.

 

E, claro, quando os filhotes nascem, eles entram em contato com a mãe e adquirem este ácaro. Assim como também adquirem streptococcus, staphilococcus, lactobacilos, fungos e outros micro-organismos.

 

ISSO É NORMAL! Não há nada de errado com isso. Cães não ficam doentes porque a mãe tem o ácaro na pele.

 

Até 1 ano de idade, a imunidade do filhote é MUITO flutuante.

Por isso, muitos humanos de estimação se impressionam com a necessidade de constantes visitas ao veterinário, no primeiro ano de vida. Depois dos 2 anos de idade, tudo muda.

 

Durante essas flutuações de imunidade, muito comuns no 1º ano de vida, os micro-organismos da pele – que também são oportunistas – podem se desenvolver MAIS, alterando o equilíbrio da microbiota normal.

 

Por isso, podem surgir áreas com perda de pêlo provocadas por fungos, bactérias ou pelo demodex canis.

Com esses microorganismos é assim: bobeou a gente pimba!

 

Este quadro de demodicose na infância não pode ser, definitivamente, taxado como aquela doença terrivelmente temida que ocorre na vida adulta, em ciclos repetidos, até o final da vida do cão.

 

A proliferação exacerbada do demodex canis na infância pode nunca mais recidivar, uma vez tratada, ou pode ocorrer em outros episódios, que sumirão na fase adulta.

 

A SARNA DEMODÉCICA “legítima” é uma questão imunológica, pois há contínua flutuação de imunidade, mesmo com o cão em idade adulta.

 

O professor de Dermatologia, do curso de Medicina Veterinária de SP, DR. RONALDO LUCAS, faz uma ótima analogia com relação à manifestação precoce do demodex canis: “O fato de alguém tomar um porre, não o qualifica como alcoólatra”.

 

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